quarta-feira, 22 de junho de 2016

TEATRO

Abrindo um parêntese dessa história de dieta e blá blá blá. Preciso compartilhar com vocês a experiência que tive no curso de iniciação teatral. Por isso sumi daqui por quase um mês. No último sábado foi a nossa apresentação e o fim do semestre de iniciação ao teatro.
Foram os meses mais intensos que eu vivi, comparando com os meus últimos anos de vida, nos quais, penso eu, eu não havia feito nada de "útil" por mim mesma. Em fevereiro eu decidi: precisava fazer teatro. Desde novinha eu queria ver e experimentar esse desafio que deveria ser entrar em um grupo de teatro e atuar. Como meus pais nunca tiveram condições financeiras pra pagar um curso pra mim, eu esperei. Tive que pagar a faculdade, então não deu pra fazer na época da faculdade, afinal, ou uma coisa ou a outra. Me formei, e arrumei um emprego que pagava tão mal que também não deu. Mudei de emprego. Comprei um carro. Não deu de novo (que frustração!). Até que esse ano (!!!) deu.
Me matriculei e fui, esperando várias coisas mas ao mesmo tempo não tendo a menor ideia de como seria, de quem seriam as pessoas, como será uma aula de teatro?

E preciso dizer que foi a MELHOR EXPERIÊNCIA que tive esse ano, e nos últimos 10 anos. Não dá pra explicar como, ou por que, mas foi lindo, foi mara!
Tive a melhor professora, os melhores colegas de turma, a melhor apresentação final, o melhor laboratório. Tivemos muitos momentos de tensão, afinal a professora é a melhor, mas ela é louca! rs... Acho que isso que a faz ser tão boa. Ela não tem pudores, não é presa a nenhum rótulo, ela respeita todo mundo (apesar de ser bem estourada, mas é diferente, porque esse "ser estourada" é ser exigente conosco por saber que tínhamos total capacidade de fazer todos os exercícios e ensaios que ela nos pediu). E ela tinha razão, porque éramos preguiçosos e as vezes não tínhamos toda a energia que era preciso pra se fazer um bom trabalho.
Então esse curso foi muito mais do que apenas um curso. Ninguém saiu de lá como entrou. Saímos novos. Diferentes. Amadurecidos. Sem preconceitos. Dividimos muitas coisas íntimas uns com os outros, aprendemos a respeitar as diferenças, cuidamos uns dos outros, nos expomos. Ninguém teve medo de contar que é homossexual, ou que sofreu violência doméstica, ou sobre seus medos e traumas. E todos nos aceitamos de braços abertos. Viramos uma família, os finais de semana eram todos com a gente junto. Trabalhando. Zoando. Ajudando o outro.
No sábado fizemos a nossa apresentação ao público, recebemos um certificado das horas e cada um foi pro seu lado. Mas a nossa alma foi tocada. Nunca mais seremos as mesmas pessoas. Crescemos muito em menos de 1 semestre. E me orgulho muito em ter feito parte desse processo. Muitos entraram lá apenas para perder a vergonha de falar em público ou para tentar se soltar um pouco mais. Mas saímos com muito mais do que isso. Quer entender o que eu estou falando? FAÇA TEATRO também.

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